segunda-feira, 12 de maio de 2014

Terraformação: Nasa pode cultivar sementes no planeta Marte



(Apolo11) A agência espacial americana propôs um experimento inédito e bastante polêmico, que pode ser o primeiro passo para a futura colonização do Planeta Vermelho. A ideia é germinar sementes no ambiente marciano e gerar naturalmente os primeiros traços de gases do efeito estufa no planeta.

A ideia partiu de dois cientistas ligadas ao Centro de Pesquisa Ames, da Nasa, e se for aprovada deverá fazer parte do conjunto de experimentos que serão transportados na próxima missão robótica ao planeta, prevista para 2020.

Batizado de Mars Plant Experiment (MPX), o experimento poderá fornecer dados a longo prazo sobre possibilidade de crescimento de plantas terrestres na superfície marciana.

"Nesse primeiro momento, tudo que queremos é enviar as sementes até Marte e vê-las crescer", disse Heather Smith, principal investigadora do projeto MPX.

De acordo Chris McKay, coautor do projeto, não está sendo sugerido que o jipe-robô se torne uma espécie de jardineiro, cave buracos e plante sementes terrestres no solo marciano. Segundo McKay, o experimento seria totalmente autossuficiente, eliminando a possibilidade de que a forma de vida possa escapar e gerar alguma espécie de muda ou árvore em Marte.

Para isso, a o MPX utilizará uma caixa semelhante a um CubeSat, pequenos satélites quadrados de 10 cm de lado, que seria afixada no exterior do jipe-robô. Esta caixa poderia armazenar o ar da Terra e cerca de 200 sementes de Arabidopsis, uma pequena planta com flor que é normalmente usado em pesquisa científica.

Terraformação
Terraformação é o nome dado ao processo capaz de modificar a atmosfera e temperatura de um corpo celeste sólido com o objetivo de deixá-lo em condições adequadas para suportar um ecossistema com seres vivos da Terra.

Ao pousar em Marte as sementes receberiam água e em seguida começariam a germinar e crescer duas semanas ou mais. "Em 15 dias já teríamos um pouco de efeito estufa em Marte", brincou Smith.

Os resultados gerados seriam o resultado de um teste em nível orgânico no ambiente marciano e mostraria como a vida terrestre lida com os níveis de radiação relativamente altos do planeta e também com a baixa gravidade, que é cerca de 40% menor que a da Terra.

"Gostaríamos de a partir deste experimento simples partir para a construção de pequenas estufas, o que seria a base para a vida sustentável em Marte. Isso seria o objetivo", disse Smith.

"Além do potencial retorno científico, o MPX daria a humanidade um momento marcante, já que seria o primeiro organismo multicelular conhecido a crescer, viver e morrer em outro planeta", explicou a pesquisadora.
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