terça-feira, 18 de março de 2014

O encolhimento de Mercúrio

Planeta já perdeu 7 quilômetros de seu raio, segundo monitoramento feito pela Nasa


(O Globo) O planeta Mercúrio está cerca de sete quilômetros menor hoje do que quando sua crosta se solidificou, há quatro bilhões de anos. Segundo monitoramento feito pela Agência Espacial Americana (Nasa), a porção mais interna se esfriou ao longo do tempo provocando um enrugamento da superfície, informa a BBC News.

Os cientistas já haviam reconhecido o fenômeno quando a sonda “Mariner 10” passou próximo ao planeta, em meados da década de 70. No entanto, as últimas imagens do “Messenger”, sonda da Nasa, permitiram que os pesquisadores renovassem suas estimativas a respeito do tamanho da retração do planeta.

Conforme relata um artigo publicado na “Nature Geoscience”, o encolhimento é significativamente maior do que se pensava anteriormente.

Na década de 70, a sonda “Mariner 10” fez duas “passagens” por Mercúrio - uma em 1974 e outra em 1975 -, fotografando cerca de 45% da superfície do planeta.

Nessas imagens foram evidenciadas longas marcas que demonstravam que rochas haviam sido deslocadas para cima, tendo seu corpo encurtado. A partir dessas evidências, pesquisadores calcularam que Mercúrio deve ter diminuído o seu raio por cerca de um a três quilômetros ao longo de sua história.

Mas essa figura entrava em conflito com estudos de modelagem do planeta realizados na época que sugeriam uma contração muito maior, nos quatro bilhões de anos.

A sonda “Messenger” ajudou a resolver essa inconsistência. Desde que ele entrou em órbita, em 2011, já fotografou 100% do planeta. Ele permitiu um estudo mais amplo das características de Mercúrio. A nova avaliação calculou que a retração chega a sete quilômetros do raio do planeta - estimativa mais próxima dos estudos de modelagem.

Paul Byrne, cientista do “Carnegie Institution”, em Washington, principal autor do estudo, também ficou maravilhado com as características da superfície do planeta apontadas no monitoramento.

- Algumas dessas crateras são enormes. Há uma estrutura chamada “Enterprise Rupes”, localizada no hemisfério sul, que apresenta mil quilômetros de comprimento e três quilômetros de relevo. É a versãodas cadeias montanhosas. Trata-se de algo surpreendente, dado o reduzido tamanho do planeta. Imagina ficar diante delas? - pergunta em entrevista à BBC News.
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