segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Hoje a noite tem dois luares…



(Mensageiro Sideral - Folha) É sempre bacana quando sondas não-tripuladas tiram fotos da superfície de mundos distantes porque podemos imaginar como seria estar lá, no lugar delas. Que tal nos transportarmos, via imaginação, para um planeta em que o céu noturno é habitado por duas luas? Agradeça ao jipe robótico Curiosity por mandar seus cartões postais de Marte. (Aliás, parabéns para ele, que acaba de completar hoje um ano em operação por lá!)

A imagem ao lado mostra Fobos, a maior das duas luas do planeta vermelho, com seus 22 km de diâmetro. Se ela parece um pedregulho qualquer, é porque é mesmo. Não se compara à nossa Lua, com seus respeitáveis 3.474 km de diâmetro. Em compensação, o satélite natural marciano orbita muito mais perto da superfície marciana que sua contraparte terrestre, o que preserva o nível do espetáculo para quem estiver observando do chão.

E o charme adicional vem por conta do fato de Marte ter uma segunda lua, Deimos, menor (12,6 km de diâmetro) e mais distante. A imagem completa capturada pelo Curiosity pega o par no mesmo quadro. Aí embaixo, Deimos é o ponto mais brilhante no alto da foto.

ORIGEM MODESTA
Em razão do tamanho diminuto, os cientistas acreditam que Fobos e Deimos originalmente tenham começado como asteroides, que acabaram passando pela vizinhança de Marte e foram capturados pela gravidade do planeta, permanecendo em órbita.

Ambos foram descobertos pelo astrônomo Asaph Hall em agosto de 1877 e batizados em homenagem aos filhos do deus grego Ares (Marte, em seu nome romano).

Contudo, pelo menos uma pessoa já sabia de antemão da existência deles: o escritor Jonathan Swift. Em seu clássico livro “As viagens de Gulliver”, Swift menciona a existência de duas luas marcianas. Detalhe: ele publicou a história em 1726, praticamente 150 anos antes de sua previsão ser confirmada por Hall!

As imagens acima foram enviadas pelo Curiosity à Terra em 1º de agosto, e ainda não foram tratadas pela Nasa (você pode encontrar o arquivo de imagens “cruas” do Curiosity aqui). A julgar pela listagem, o jipe fez uma sequência de imagens que mostra o movimento de Fobos pelo céu, enquanto Deimos fica praticamente no mesmo lugar. Fobos, numa órbita mais baixa, atravessa o céu de oeste a leste em cinco horas e meia. Já Deimos, girando quase à mesma velocidade do próprio planeta, faz trajeto similar, só que de leste para oeste, e em modorrentos 2,7 dias terrestres.

Resumindo, é um espetáculo bem diferente do que temos com nossa Lua por aqui. Sorte que temos amigos em Marte para nos contar a história.

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