quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Bactéria terrestre poderia resistir em Marte, diz estudo

Descoberta americana tem implicações para a busca de vida extraterrestre. Pesquisa revela preocupação de que micróbios possam contaminar Marte.



(Reuters/G1) Uma bactéria resistente comum na Terra se adaptou de forma surpreendente a condições semelhantes às de Marte, como baixa pressão, frio e grande concentração atmosférica de dióxido de carbono, disseram cientistas da Universidade da Flórida, nos EUA. A descoberta pode ter implicações para a busca de vida extraterrestre.

Essa bactéria, da espécie Serratia liquefaciens, é achada na pele, nos cabelos e pulmões dos seres humanos, e também em peixes, sistemas hídricos, folhas de plantas e raízes.

"Ela está presente em uma ampla gama de nichos ecológicos de média temperatura", disse à Reuters o microbiólogo Andrew Schuerger, que participou do estudo.

A Serratia liquefaciens provavelmente evoluiu no nível do mar, então foi surpreendente que pudesse crescer em uma câmara experimental com pressão reduzida a 7 milibares, o que é equivalente à pressão atmosférica marciana, segundo Schuerger. A pressão atmosférica ao nível do mar na Terra fica em torno de mil milibares, ou um bar.

"Não tínhamos razão para acreditar que essa bactéria seria capaz de crescer a 7 milibares. Ela só foi incluída na pesquisa porque tínhamos culturas facilmente à mão, e essas espécies foram recuperadas de naves espaciais."

Além de ilustrar a preocupação de que micróbios possam contaminar Marte depois de pegar "carona" em naves, o estudo abre as portas para uma variedade mais ampla de formas de vida com potencial para evoluir por conta própria em outros planetas.

Para sobreviver, no entanto, os micróbios precisariam ser protegidos da agressiva radiação ultravioleta que continuamente bombardeia a superfície do planeta vermelho, além de terem acesso a uma fonte de água, carbono orgânico e nitrogênio.

Há cinco meses, o robô Curiosity, da agência espacial americana (Nasa), está em Marte pesquisando as condições químicas e ambientais para a existência atual ou passada de vida microbiana, analisando rochas e camadas no fundo da Cratera Gale, onde pousou.
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