sexta-feira, 1 de outubro de 2010

'Nó' de energia no limite do Sistema Solar foi desatado, diz mapa

Detectores a bordo da Ibex captam átomos neutros emitidos a partir da fronteira do Sistema Solar

Reconstituição da faixa de átomos detectada no céu pela sonda Ibex

(Estadão) Um "nó" descoberto tempos atrás na faixa de átomos neutros que emanam do limite entre o Sistema Solar e o restante da galáxia parece ter se desatado, de acordo com artigo publicado pelo periódico científico Journal of Geophysical Research.

Pesquisadores acreditam que a faixa, revelada inicialmente em mapas produzidos pela sonda Explorador da Fronteira Interestelar, ou Ibex, forma-se em resposta às interações entre o espaço interestelar e a heliosfera, a bolha protetora criada pelo Sol e na qual residem a Terra e os demais planetas.

Detectores a bordo da Ibex captam átomos neutros emitidos a partir da fronteira do Sistema Solar e lançados na direção dos planetas. Os instrumentos usam a informação para criar mapas completos da região limítrofe a cada seis meses.

Análises do primeiro mapa, divulgado no início do ano, indicavam que a faixa é controlada pela direção do campo magnético interestelar, fora da heliosfera.

Esse campo influenciaria a estrutura da heliosfera mais do que os cientistas imaginavam até então.

A figura, semelhante a um nó, que aparecia na parte norte da faixa de emissão, no primeiro mapa, destacava-se do restante da faixa como a característica mais marcante entre as fontes de emissão de alta energia.

Já o segundo mapa, divulgado nesta semana, mostra que, embora a estrutura em larga escala da faixa tenha se mantido, no geral, estável, as regiões polares apresentam menos emissões e o nó se "desatou", perdendo 30% de sua intensidade e se espalhando por outras latitudes.

"Estamos assistindo ao nó se desfazer à medida que se espalha por uma região da faixa", disse o pesquisador David J. McComas, principal investigador do Ibex. "Até hoje os cientistas não conseguem chegar a um acordo sobre o que causa o nó na faixa, mas comparando diferentes mapas descobrimos que a região está mudando em períodos relativamente curtos. Agora, temos de descobrir o motivo".

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