(Cesar Baima - O Globo) Caros leitores, a imagem desta semana vem de uma das zonas mais "infernais" do Sistema Solar. A sonda Messenger (Mercury Surface, Space Environment, Geochemistry and Ranging), da Nasa, realizou, em setembro do ano passado, sua terceira passagem por Mercúrio, em mais uma manobra gravitacional para finalmente entrar em uma órbita estável em torno do planeta mais próximo do Sol, no ano que vem. Lançada em 2004, a nave também já passou pela Terra novamente em agosto de 2005 e por Vênus em outubro de 2006 e junho de 2007.
Primeira missão a visitar Mercúrio nos últimos 36 anos, a Messenger já revelou características antes desconhecidas do menor (tem apenas 4,8 mil quilômetros de diâmetro, um pouco maior do que a Lua, que temn 3,5 mil km de diâmetro) e um dos menos compreendidos planetas do Sistema Solar, em que um ano dura apenas 88 dias, mas um dia dura aproximadamente dois meses. Os resultados dessas primeiras pesquisas da Messenger foram publicados esta semana na revista "Science Express". Segundo os cientistas, o planeta apresenta evidências de atividade vulcânica mais recentes do que o anteriormente pensado.
A sonda também detectou fortes tempestades magnéticas no planeta, similares às que na Terra causam as auroras e que podem provocar problemas nas redes de comunicação e transmissão de energia. Isso porque Mercúrio é o único outro planeta rochoso do Sistema Solar interno (que inclui ainda Vênus e Marte) que tem um campo magnético a sua volta. Os cientistas acreditam que, assim como na Terra, este campo é criado pelo movimento de um magma metálico, majoritariamente composto de magnésio e silicatos de ferro em torno de um núcleo sólido e quente feito basicamente de ferro numa concentração de até 65%, cerca do dobro do núcleo terrestre.
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