segunda-feira, 7 de abril de 2014

Descobertos dois novos planetas anões


(Astronomia On Line - Portugal) O nosso Sistema Solar ficou um pouco mais lotado, graças às descobertas de uma enorme câmara digital desenhada para estudar a energia escura.

Na semana passada os astrónomos anunciaram a descoberta de 2012 VP113 - com a alcunha "Joe Biden" em honra do vice-presidente dos EUA. Este potencial planeta anão foi avistado nas fronteiras do Sistema Solar, numa região chamada nuvem de Oort interior. Dias depois, a mesma equipa anunciou a descoberta de outros dois potenciais anões, conhecidos como 2013 FY27 e 2013 FZ27.

Ambos os objectos encontram-se na Cintura de Kuiper, um agrupamento de corpos relativamente pequenos para lá da órbita de Neptuno, que é também o lar de Plutão e de outros três planetas anões conhecidos. Os astrónomos suspeitam que a Cintura de Kuiper está repleta de planetas anões, mas ou reflectem muito pouca luz ou estão demasiado distantes para serem visíveis em anteriores estudos do céu.

FZ27 encontra-se a 50 UA do Sol, na orla exterior da Cintura de Kuiper (1 UA é a distância entre a Terra e o Sol, aproximadamente 150 milhões de quilómetros). Com cerca de 600 km em diâmetro, o objecto é provavelmente massivo o suficiente para se ter tornado quase redondo sob a força da sua própria gravidade - um dos critérios para ser classificado como planeta anão. O outro objecto recém-descoberto, FY27, tem provavelmente 1000 km em diâmetro e encontra-se a cerca de 80 UA do Sol.

O novo conjunto de descobertas não é coincidência. Todos os três objectos foram encontrados em imagens do instrumento DECam (Dark Energy Camera) acoplado a um telescópio no Chile, que obteve as suas primeiras imagens em 2012. Com 570 megapixéis, esta câmara foi desenhada para recolher a luz ténue de milhões de galáxias muito distantes em busca de pistas sobre a natureza da energia escura, a força misteriosa que faz com que o Universo cresça a um ritmo acelerado.

No processo, a câmara recolhe centenas de gigabytes de dados, que os astrónomos podem estudar para encontrar objectos distantes no nosso Sistema Solar e que até agora têm sido invisíveis.

"É por isso que estamos a descobrir uma grande quantidade destes objectos, embora sejam fracos," afirma Scott Sheppard, co-descobridor do Instituto Carnegie para Ciência em Washington DC, EUA. "Esperamos encontrar muitos mais no futuro."
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