terça-feira, 25 de outubro de 2011

Pequeno mundo “Branca de Neve” tem água congelada e talvez atmosfera



(LiveScience/Hypescience) Cientistas descobriram um mundo misterioso apelidado de “Branca de Neve”, um planeta anão coberto de gelo que se encontra perto de Netuno, e que pode ostentar restos de uma fina atmosfera.

Branca de Neve, oficialmente conhecido como 2007 OR10, orbita o sol como parte do Cinturão de Kuiper. Ele é na verdade vermelho, mas metade de sua superfície é coberta por gelo que provavelmente veio de criovulcões antigos.

A tonalidade avermelhada do planeta anão provavelmente vem de uma fina camada de metano, os últimos suspiros de uma atmosfera que se desintegrou no espaço por eras.

“Esta bela imagem mostra o que já foi um mundo pequeno ativo com vulcões e atmosfera, e é agora apenas um local congelado, morto, com uma atmosfera que está lentamente desaparecendo”, disse o autor do estudo, Mike Brown.

Branca de Neve tem cerca de metade do tamanho de Plutão. Como Plutão, é parte do Cinturão de Kuiper, que é o anel de corpos gelados que orbita o sol além de Netuno.

Na época de sua descoberta, em 2007, Brown calculou que Branca de Neve tinha se quebrado há muito tempo de outro planeta anão, chamado Haumea.

Haumea, um estranho corpo da forma de uma bola de futebol, é revestido de água congelada, então Brown conclui que o planeta anão também era – daí o apelido de Branca de Neve.

No entanto, observações de acompanhamento logo mostraram que Branca de Neve, como muitos outros objetos do Cinturão de Kuiper, era na verdade muito vermelho.

Então, Brown e sua equipe não estavam esperando encontrar um monte de gelo quando usaram um telescópio no Chile para dar uma olhada na Branca de Neve no ano passado. Mas dados espectrais mostraram que a água congelada era abundante na superfície da Branca de Neve.

Os cientistas conhecem outro planeta anão que é vermelho e coberto com água congelada: Quaoar, que Brown e sua equipe descobriram em 2002.

Os pesquisadores acreditam que Quaoar, que é ligeiramente menor do que Branca de Neve, já teve uma atmosfera de compostos voláteis, tais como metano, monóxido de carbono e nitrogênio. Mas a sua gravidade não era forte o suficiente para prender estes produtos químicos, e o mundo de gelo começou a perder sua atmosfera para o espaço.

Com o tempo, tudo escapou, exceto metano. E a radiação do espaço transformou as moléculas de metano – que consistem em um átomo de carbono ligado a quatro átomos de hidrogênio – em longas cadeias de hidrocarbonetos. Essas cadeias parecem vermelhas para os nossos instrumentos, e ficam em cima da superfície de água gelada de Quaoar.

A Branca de Neve é semelhante a Quaoar, sugerindo que processos semelhantes ocorreram em ambos os planetas anões.

“Essa combinação – vermelho e água – me diz ‘metano’”, disse Brown. “Estamos basicamente olhando para o último suspiro da Branca de Neve. Por quatro e meio bilhões de anos, Branca de Neve esteve lá fora, perdendo lentamente sua atmosfera, e agora há apenas um pouco dela”.

Enquanto Branca de Neve definitivamente tem um monte de gelo em sua superfície, a evidência para o metano não é conclusiva.

Os pesquisadores esperam usar telescópios ainda maiores para examinar o planeta anão no futuro.

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