
(O Globo) A caminho de Júpiter, a sonda Juno carrega entre seus oito instrumentos um "Jedi". Sigla em inglês para "Instrumento detector de partículas energizadas de Júpiter", o equipamento do Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins será um dos principais da missão. Ele vai estudar as partículas capturadas pela poderosa magnetosfera do planeta e como elas interagem com a atmosfera de Júpiter, provocando as mais brilhantes auroras do Sistema Solar.
- Como os processos que ocorrem dentro do ambiente espacial de Júpiter são muito poderosos, precisamos estudar o planeta para fazer uma conexão entre os fenômenos que acontecem no ambiente espacial da Terra como as auroras, os cinturões de radiação e a dinâmica dos campos magnéticos e outros processos astrofísicos similares em outras partes do Universo - justifica Barry Mauk, principal pesquisador do "Jedi" pela universidade.
A sonda Juno foi lançada com sucesso no início da tarde desta sexta-feira e deverá chegar em Júpiter em 2016, após uma viagem de cerca de 2,5 bilhões de quilômetros. O "Jedi" é composto de três pequenos e ultrarrápidos detectores eletrônicos do tamanho de uma caixa de sapatos posicionados na sonda de forma a permitir uma observação contínua do espaço em torno da Juno. Os sensores funcionarão em conjunto com instrumentos da sonda para investigar o ambiente espacial nos polos do planeta. Os cientistas querem saber como o forte campo magnético de Júpiter, que acredita-se ser gerado pelo hidrogênio pressurizado em seu interior, atua em conjunto com outras características únicas da magnetosfera para "acender" as auroras.
- Os sensores do "Jedi" vão seguir as partículas de mais alta energia que ajudam a gerar as auroras de Júpiter que aquecem e ionizam sua atmosfera superior, o que oferecerá pistas sobre a estrutura do ambiente espacial próximo ao planeta - conta Mauk. - O que queremos mesmo saber é o que acontece nas auroras que faz com que essas partículas acelerem a tão altas energias, e a Juno será a primeira nave a voar na região onde essa aceleração acontece.
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