Marte sempre chamou a atenção no céu pelo seu brilho rubro (DIVULGAÇÃO )
(Victor Alencar - O Povo) Olhar para o firmamento e pensar que estamos sozinhos nesse universo de dimensões inimagináveis para nós, meros seres humanos, é praticamente improvável. Estamos imersos em um meio permeado de inúmeras galáxias, cada qual com seus bilhões de estrelas. Fica realmente complicado pensarmos que nessa vila cósmica, a única casa com moradores é a nossa.
A procura pelos nossos vizinhos não é recente. Desde as épocas de Galileu Galilei, já havia quem dissesse que as estrelas poderiam fazer um papel semelhante ao do nosso Sol e, por isso, conter planetas ao redor delas e que esses planetas poderiam conter vida. Esse pensamento era do italiano Giordano Bruno, que em 1600 foi condenado à morte pela Santa Inquisição, que o acusava de heresia.
Quando paramos para pensar onde poderia haver vida, à primeira vista temos os planetas do Sistema Solar, principalmente pela proximidade e facilidade de obtermos os dados. Em uma análise geral, se vamos procurar por vida fora da Terra, devemos procurar por uma organização semelhante a nossa, já que somos o único (conhecido) exemplo de organização e interação social complexa. Assim, os nossos vizinhos deveriam ser como nós, ou muito parecidos.
Numa analise rápida do Sistema Solar, Mercúrio e Vênus estão descartados para a categoria de planeta habitável pelas suas condições de temperatura extrema, não sendo possível lá a existência de uma vida semelhante à nossa. A nossa próxima opção seria o famoso planeta vermelho, Marte.
Canais Marcianos
Marte sempre chamou a atenção no céu pelo seu brilho rubro. Até que um dia, em meados de 1880, o astrônomo italiano Giovanni Schiaparelli começou a observar Marte em seu telescópio e verificou que, ao longo da superfície marciana, havia regiões mais claras e outras mais escuras, que para ele eram canais e então os batizou de canali e até criou um mapa dessas construções.
A palavra canali foi traduzida para o inglês como channel, que serve tanto para designar canais naturais quanto os artificiais. Os canali nada mais eram do que uma a observação de Marte com um telescópio de resolução não tão boa, porém a ideia foi levada a sério. A polêmica surgiu quando as pessoas começaram a especular que aqueles canais eram construções de uma civilização mais avançada.
Vários cientistas começaram a pesquisar o tema e elaborar explicações para os canais. Uma delas era de que os canais eram a solução do problema de escoamento de água dos polos para as regiões equatoriais do planeta. Um dos maiores defensores desse pensamento era o norte-americano Percival Lowel.
As observações e o aprimoramento dos aparelhos, com o tempo, desmistificaram o mito das redes de canais marcianos.
Água em Marte
Se a procura é vida semelhante à nossa, então, temos que procurar por água, que é o elemento-chave para a nossa existência. A teoria dos canali tinha a ideia de escoamento de água para suprir a demanda da civilização marciana. Décadas se passaram desde então, e agora podemos ver que a ideia de água em Marte não é tão estúpida quanto parece.
Apesar da composição química de Marte ser um tanto diferente da nossa, as sondas enviadas ao planeta vermelho mostram que a água existe, sim, no nosso vizinho, mas congelada. Os últimos estudos revelam a possibilidade de haver água salgada em estado líquido, descoberta a partir da análise de imagens pela diferença sazonal de um lugar, onde se observa o escoamento, típico fluxo de água, mas isso ainda não é certeza.
O meteorito ALH 84001
Em 1996, fora encontrado na Antártida de origem marciana. Com uma idade de 4 a 5 bilhões de anos, o meteorito ALH 84001 causou um grande alvoroço na comunidade científica. Após a análise em laboratório, foi verificada a presença de micro-organismos fósseis. A teoria era de que esses micro-organismos fossem de origem marciana, mas, semanas depois do anúncio na imprensa, houve a contestação de que esses micro-organismos fósseis eram oriundos de uma contaminação com a atmosfera terrestre.
Cadê os Marcianos?
Até os dias atuais, por mais procura que se tenha feito, com várias sondas monitorando Marte e jipes robotizados (chamados de rovers) tudo que temos até agora é nada além de teorias sem comprovações.
Com o passar dos anos, as teorias surgem e logo são desmistificadas. Enquanto isso, continuamos pesquisando o nosso planeta vizinho, atrás dos marcianos que tanto vemos nas telas de cinema.

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