
Paul Mahaffy é cientista da NASA e investigador principal responsável pelo SAM
(Ciência Hoje - Portugal) Na conferência ‘Explorar a Habitabilidade em Marte’, inserida na Semana Internacional sobre Marte, a decorrer em Lisboa, cientistas de todo o mundo continuam a discutir as possibilidades de ter existido e ainda existir vida em Marte.
Para tentar desvendar o enigma, a NASA já definiu uma missão a Marte através do Mars Science Laboratory, um robot (Rover) móvel que será lançado para o espaço entre 25 de Novembro e 18 de Dezembro deste ano. O Rover aterrará na superfície do planeta vermelho em Agosto de 2012 e durante dois anos vai recolher informação através de uma série de instrumentos. Um desses instrumentos é o SAM (Sample Analysis at Mars), que irá procurar compostos orgânicos.
Paul Mahaffy, investigador principal responsável por este que é o maior instrumento a ir para Marte no próximo Rover da NASA explica, à margem do evento, “que o objectivo central da experiência SAM é procurar compostos orgânicos. Na Terra, muitos dos compostos orgânicos que encontramos estão impressos de vida microbiana. Em Marte, não sabemos se já se desenvolveu vida mas se tal aconteceu muito cedo, é possível que os fósseis moleculares estejam preservados nos compostos orgânicos”. Segundo o cientista da NASA, a questão fulcral é perceber se já houve vida em Marte e “este é um passo para compreender a química básica de Marte e tentar responder a essa questão”, afirma ao Ciência Hoje (CH).
De acordo com a co-investigadora da experiência SAM, Pamela Conrad, “o Rover não trás amostras para Terra, é uma viagem só de ida e, quando morre, Marte é o seu túmulo”. Assim, “a informação é analisada em Marte e chega através da rede espacial a computadores e servidores no Jet Propulsion Laboratory e daí é distribuído simultaneamente para todas as equipas em todo o Mundo”.
Ao CH, a cientista revela que “o aspecto mais difícil da missão foi construir a máquina e os instrumentos espaciais pois trata-se do Rover mais complicado de voar e de conduzir noutro planeta”.

Pamela Conrad é cientista da NASA e co-investigadora da experiência SAM
No que respeita ao perigo de contaminação no planeta vermelho, a investigadora da NASA explica que para evitar que tal aconteça, “são tomadas medidas bastante estritas”.
“Já fomos a Marte e agora vamos voltar mas não aos mesmos sítios. No entanto, cada vez que lá vamos temos de tomar medidas que evitem o envio de organismos e também a introdução de novos elementos químicos no planeta”. Para tal, “as peças do Rover e instrumentos nele inseridos são esterilizados a altas temperaturas para não deixarmos resíduos de moléculas orgânicas e compostos de carvão. Não é possível livrarmo-nos de todas as moléculas orgânicas mas tentamos fazer o melhor possível para reduzir os níveis de contaminação”, refere.
Respondendo à questão se acredita que existe vida em Marte, Pamela Conrad afirma que se beseia apenas em evidências científicas. “Não sei se existe vida em Marte porque, como cientista, tenho de me basear nos dados e ainda não temos esses dados. Mas espero que haja vida em Marte porque seria muito interessante. Até lá, temos de aguardar os resultados da experiência para ver”.
----
Matéria similar no DN - Portugal
----
E mais:
Cientistas da NASA e da ESA discutem Marte em Lisboa (DN - Portugal)
.
A Nova Sonda Que Irá Explorar Marte: Curiosity (Cienctec)
Nenhum comentário:
Postar um comentário