quinta-feira, 12 de maio de 2011

Por mares nunca dantes navegados


(Cesar Baima - O Globo) Um barco-robô que vai navegar pelos oceanos de metano e etano do polo norte de Titã, a maior lua de Saturno, é uma das três missões de ciências planetárias pré-selecionadas pela Nasa para competir por recursos e possível lançamento em 2016. Maior do que os planetas Mercúrio e Plutão, Titã tem justamente os ingredientes que acredita-se existiam na Terra pouco depois de sua formação e acabaram gerando a vida no planeta. Batizada Titan Mare Explorer (TiME), a missão não espera encontrar vida na lua de Saturno, mas pode fornecer dados sobre como os seres vivos evoluíram no nosso planeta ou poderiam evoluir em outros.

As outras duas missões pré-selecionadas não ficam muito atrás em ambição. Na primeira, batizada Geophysical Monitoring Station (GEMS), pretende estudar a estrutura e composição do interior de Marte de forma a conhecer melhor a formação e evolução dos planetas rochosos como a Terra. Já a segunda enviaria uma sonda para o Cometa Hopper, que pousaria e levantaria voo de sua superfície diversas vezes de forma a estudar as alterações que estes verdadeiros fósseis cósmicos sofrem a medida que se aproximam do Sol.

Todas as três missões vão receber US$ 3 milhões em financiamento para serem concebidas e pré-desenhadas. Outra análise será realizada pela Nasa no ano que vem para finalmente escolher qual delas receberá até US$ 425 milhões para sair do papel e ganhar o espaço.

Na minha opinião, no entanto, a missão para Titã sai na frente, já que é a única voltada para a pesquisa de vida fora da Terra, campo que tem ganho grande destaque na mídia nos últimos anos. Destaque esse que a Nasa precisa desesperadamente para justificar sua existência a medida que perde a capacidade de enviar seus próprios astronautas para o espaço com a aposentadoria dos ônibus espaciais e vê seu orçamento minguar cada vez mais.
----
Engenheiros espaciais querem lançar barco-robô em mar de Titã (Folha)

Nenhum comentário:

Postar um comentário