segunda-feira, 11 de julho de 2011

Próximo “rover” da ESA vai para Marte com tecnologia portuguesa

Universidade de Coimbra, Instituto Pedro Nunes e Active Space Technologies desenvolvem nova geração de aerogéis



(Ciência Hoje - Portugal) O próximo rover da Agência Espacial Europeia (ESA) a pousar em Marte vai ter tecnologia portuguesa. Desenvolvida por investigadores da Universidade de Coimbra e do Instituto Pedro Nunes, em parceria com a empresa Active Space Technologies, uma nova geração de aerogéis vai garantir o isolamento térmico do veículo.

Em conversa com o «Ciência Hoje», Ricardo Patrício, responsável da Active Space Technologies, explica que este material se distingue dos demais aerogéis “devido à sua flexibilidade”.

O aerogel é um “material extremamente poroso e leve o que permite uma excelente performance técnica. É óptimo para aplicação espacial como isolante térmico de componentes electrónicos”, esclarece o investigador.

Os que estão agora a ser desenvolvido serão utilizados para manter uma gama de temperatura ideal para o bom funcionamento dos aparelhos electrónicos. “Principalmente para proteger do frio, visto que as temperaturas podem descer ao 40 graus negativos e os componentes electrónicos só funcionam até aos 20 negativos”, esclarece.

A grande vantagem do aerogel é a sua característica de flexibilidade, “muito importante para conter as vibrações de grande energia que vão acontecer durante o lançamento”.

Este projecto, iniciado em 2005, começou por ser uma proposta da Active Space Technologies ESA de estudo de mercado com o objectivo de perceber que tipo de aerosóis existia. “Deparamo-nos com esta lacuna no mercado e iniciámos o trabalho com a ESA para desenvolver a tecnologia”.

O segredo da flexibilidade do material está no uso de “um processo específico de secagem dos produtos à base de sílica que garante uma menor densidade e maior flexibilidade”.

Outras aplicações dos aerogéis
Além das aplicações na área das ciências espaciais, este material pode também ser aplicado em construção civil e ser utilizado para filtrar materiais pesados, como os hidrocarbonetos, por exemplo, para filtragem de derrames de petróleo no mar.

A aplicação na área da saúde é também uma das possibilidades. “Podemos criar um tipo de cápsulas para medicamentos que garantam a libertação controlada e segura de fármacos”.

“Temos um componente I&D bastante forte e estamos a estudar estas aplicações mas ainda internamente, a pensar em potenciais parceiros”.
----
Matéria similar no DN - Portugal

Nenhum comentário:

Postar um comentário